No dia em que Sócrates nos deixou, Corinthians conquista o penta-campeonato brasileiro de futebol.
Por Fernando Cordeiro.
Domingo, 4h30 da madrugada. Uma notícia abala o futebol mundial: morre Dr. Sócrates! O maior ídolo da história do Corinthians e um dos maiores do Brasil. Ele que se formou para salvar a vida das pessoas, perdeu uma guerra para uma infecção intestinal. Ou melhor: ele apenas foi convocado para a seleção dos imortalizados. Em 1983, Sócrates deu uma declaração à um jornal da época: "Quero morrer num domingo, com o Corinthians sendo campeão". E morreu num domingo. E o Corinthians estava próximo de conquistar o campeonato brasileiro.
17h. Horário do enterro do Sócrates. E o início do jogo final do campeonato. Durante o minutos de silêncio, torcedores e jogadores corinthianos levantam o braço direito, cerrando os punhos, fazendo o gesto que o doutor fazia quando marcava seus golaços. Uma homenagem que arrepiou até mesmo quem nem entende muito de futebol. E o jogo começou!
Mas antes de falar do jogo, quero voltar uma semana antes. O Corinthians vencia o Figueirense e o Vasco empatava com o Fluminense, quando terminou o jogo do Timão. Com esse resultado, o Corinthians conquistava o título na semana passada. Mas o Vasco, 3 minutos depois, fez o segundo gol, deixando para a última rodada a decisão do título. Agora, volto ao jogo de ontem.
O Corinthians entrou em campo mais preocupado em se segurar do que atacar. O adversário tinha como arma as bolas paradas de um jogador. Mas não funcionou muito. Poucas chances de gol no primeiro tempo. No segundo, um jogador chileno entrou de forma desleal com o cotovelo no rosto de São Jorge Henrique, e foi expulso. O Timão melhorou. Mas a bola parada do adversário assustou em um momento, quando o atacante desviou de cabeça e a bola bateu na trave. Mas foi só.
No outro jogo, dois times cariocas empatavam em 1 x 1. Esse resultado garantia o título do Corinthians, independente do placar. E o juiz no RJ deu 6 minutos de acréscimo. Isso mesmo! 6 minutos! Enquanto isso, em SP, São Jorge Henrique humilhou o adversário, utilizando um drible que fora "inventado" por um jogador deles, o mesmo que havia sido expulso anteriormente (lembra do Chileno?). Eles não aguentaram a humilhação. Eles queriam tanto estragar nossa festa que resolveram brigar. Isso mesmo! Foram para a "porrada". E o árbitro deu cartão vermelho para um jogador de cada time, só pra evitar mais confusão. Ok! Logo depois, o jogo acabou! É festa! É penta!
"Quero morrer num domingo, com o Corinthians sendo campeão", disse Sócrates em 1983. E ele previu. Foi exatamente desse jeito. E, mais do que justo, o título é dedicado à ele, que sempre lutou pelo bem do futebol e do país, pregando a democracia. Um misto de tristeza e alegria num domingo que ficará para a história. A ida de um ídolo, a volta de um campeão!
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